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Como substâncias do filtro solar protegem sua pele? Elas podem fazer mal?

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Imagem: iStock

Elcio Padovez

Colaboração para o VivaBem

10/03/2018 04h00

A regra é clara: você deve passar protetor sempre que se expor ao sol, para proteger a pele dos raios ultravioletas (UV) e evitar queimaduras, manchas, rugas e câncer de pele. Mas você já parou para pensar o que tem ali no creme (geralmente) branco para garantir essa defesa? Ou se aplicar essas substâncias no corpo todo dia pode ser prejudicial? 

Do que é feito um protetor solar

Há dois tipos principais de componentes no produto: os orgânicos, também chamados de químicos, e os inorgânicos, ou físicos.

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Os compostos orgânicos normalmente são componentes aromáticos. Eles permitem que os raios UV cheguem à pele, mas, por meio de reações químicas, os transformam os em um tipo de energia inofensiva para o corpo. Já as substâncias inorgânicas são de origem mineral, tendo como principais componentes o óxido de zinco e o dióxido de titânio. Elas criam uma barreira física (como o tecido da sua camiseta), refletindo a radiação solar e impedindo que ela alcance à pele.

É possível encontrar no mercado filtros solares feitos apenas com compostos químicos ou físicos. No entanto, boa parte dos produtos combina em sua fórmula os dois componentes, para potencializar seu poder. Geralmente, quanto maior a quantidade dessas substâncias nos cremes, mais alto o fator de proteção (FPS). 

Passar protetor solar/ Usar cremes no rosto - iStock - iStock
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O que significa exatamente o FPS?

Ao contrário do que muitos pensam, o FPS não é definido conforme a quantidade de raios solares que o protetor inibe. Geralmente, um produto com FPS 15 bloqueia em torno de 95% dos raios e um FPS 100, 99%. O número, na verdade, indica o tempo que o filtro mantém sua pele protegida

Imagine que, sem proteção, sua pele demore 10 minutos para sofrer os efeitos do sol. Ao aplicar um produto com FPS 15, esse tempo aumenta 15 vezes. Ou seja, passa a ser de 150 minutos. Já ao usar um FPS 30, a proteção se eleva 30 vezes e se torna de 300 minutos. 

É importante ressaltar que esse período de proteção só é válido se o filtro solar for aplicado do jeito certo: o recomendado é passar 2 gramas por centímetro quadrado de pele. Complicada a medida, né? Então, siga a regra da colher de chá. Use uma colher de chá do produto para o rosto e pescoço; duas para colo e costas; uma para cada braço; e uma para cada perna.

Os dermatologistas recomendam passar o protetor de 15 a 30 minutos antes de sair no sol e reaplicar o produto a cada duas horas --mesmo que o FPS garanta um tempo maior --, pois fatores como suor e água podem diminuir sua eficácia. 

O jeito certo de passar protetor solar 2 - iStock - iStock
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As substâncias do protetor solar fazem mal?

Isso é muito difícil de acontecer se você utilizar o produto na quantidade certa. No entanto, das 35 substâncias aprovadas pela Anvisa como filtro ultravioleta, algumas delas, como a benzofenona-3, o 4 metil benzidileno cânfora e o octilmetoxicinamato podem causar alergias, irritações, alterações hormonais, danos celulares e, em casos mais extremos, ações cancerígenas.

O uso excessivo do filtro solar pode gerar um grande acúmulo dessas substâncias na pele e uma maior absorção sistêmica dos componentes químicos pelo organismo. Aplicar uma quantidade muito acima da recomendo pelos médicos também pode interferir na síntese de vitamina D, já que a produção dessa substância pelo organismo depende da ação dos raios ultravioletas.

Os filtros químicos tendem a causar mais irritações e alergias, se comparados aos físicos. Logo, o segundo tipo é mais recomendado para quem tem pele sensível. O lado negativo dos protetores físicos é que eles geralmente deixam a pele brilhando ou esbranquiçada. Essa questão estética diminui a aceitação do produto.

Antes de comprar um protetor solar, o ideal é consultar um dermatologista. O especialista saberá qual a melhor opção para evitar alergias ou problemas futuros e indicará o FPS ideal para a tonalidade da sua pele. 

Passar protetor solar - iStock - iStock
Imagem: iStock

Para cada pele, um cuidado especial

A pele pode ser divida em seis fototipos, conhecidos como classificação de Fitzpatrick, e que são fundamentais para se recomendar o FPS certo para cada pessoa.

O fototipo 1 representa a pele branca, que nunca bronzeia e sempre queima (fica vermelha) ao tomar sol. O 2 também é o da pele branca, com a diferença de apresentar um leve bronzeamento em contato com os raios UV. Para esses dois tipos, o recomendado é usar protetor solar com FPS entre 30 e 60

O fototipo 3 é o moreno claro, que queima e bronzeia moderadamente. Já o 4 representa o moreno moderado, que sempre bronzeia e queima pouco. O 5 é o moreno escuro, que raramente queima e sempre bronzeia. Para os três tipos, o filtro com FPS entre 20 e 30 é suficiente.

Por fim, o fototipo 6 corresponde à pele negra, que nunca queima e é insensível ao sol. Apesar da proteção natural deste tipo de pele diminuir o risco de câncer, quando a doença ocorre ela costuma ser mais agressiva. Portanto, também é essencial utilizar filtro solar, com FPS 15

Fontes: Caio Lamunier, dermatologista do Hospital das Clínicas de São Paulo; e Kaliandra Vanni Cainelli, dermatologista graduada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com residência em dermatologia pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro.

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