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Depressivos têm respostas emocionais mais fortes a memórias negativas

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

07/03/2018 19h56

Os pacientes com depressão sentem mais emoções negativas quando se lembram de experiências dolorosas do que pessoas sem o transtorno, segundo um novo estudo publicado no periódico Biological Psychiatry: Cognitive Neuroscience and Neuroimaging.

Aqueles com depressão conseguem controlar as emoções negativas tanto quanto as pessoas não afetadas pelo quadro, porém, usam circuitos cerebrais diferentes.

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Os cientistas identificaram diferenças cerebrais na depressão relacionadas ao processamento de memórias autobiográficas, as memórias de eventos e conhecimentos da própria vida que nos ajudam a formar uma identidade e orientam as interações com o mundo.

“A pesquisa fornece mais conhecimento sobre as mudanças nas funções cerebrais que aparecem com a depressão. Mostra diferenças na forma como os sistemas de memória se envolvem durante o processamento de emoções em quem tem depressão”, explica Cameron Carter, um dos autores do estudo.

Os 29 homens e mulheres com depressão envolvidos na pesquisa relataram níveis mais altos de emoções negativas ao reviver memórias ruins, em comparação com 23 pessoas psicologicamente saudáveis.

Usando imagens cerebrais, foi possível rastrear as respostas emocionais elevadas ao aumento de atividade em um centro emocional do cérebro chamado amígdala --que trabalha com as emoções básicas e o instinto de sobrevivência --, e interações entre a amígdala e o hipocampo --importante para construção e armazenamento das memórias.

As pessoas com depressão só controlaram esse aumento desproporcional de emoções negativas quando se lembraram da memória como um observador distante, e não um participante.

“Quando usaram essa estratégia de afastamento da situação, os depressivos tiveram um padrão de atividade cerebral igual ao mostrado por pessoas saudáveis. Mas tinha uma diferença-chave: o maior amortecimento de uma região do hipocampo que é associada a lembranças de detalhes da memória”, afirma Bruce Doré, autor principal da pesquisa.

Resumindo, as descobertas sugerem que, embora as memórias negativas tenham maior impacto em pacientes com depressão, elas podem ser capazes de regular sua resposta emocional, tornando mais difícil lembrar detalhes específicos da experiência.

Segundo Doré, esse tipo de trabalho é consistente com a ideia de que as pessoas com depressão podem se beneficiar de treinamento para aprender estratégias que regulam o emocional. "É possível que o treinamento possa ajudar a normalizar as diferenças de cérebro funcional relacionadas a depressão”, diz Doré.

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