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Pesquisadores criam sistema que agiliza busca por doadores de sangues raros

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

23/02/2018 13h50

Encontrar possíveis doadores de tipos sanguíneos raros costuma ser algo lento e trabalhoso, mas um trabalho feito na USP (Universidade de São Paulo), junto com outros colaboradores e instituições, procurou padronizar uma estratégia molecular totalmente automatizada e economicamente vantajosa para procurar por esses doadores.

Vítimas de acidentes e portadores de doenças renais, leucemia e anemia costumam precisar de transfusão sanguínea. Na maioria dos casos, apenas o fenótipo básico do sangue, que conhecemos como tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e seu fator RH (se positivo ou negativo) são relevantes para verificar a compatibilidade sanguínea do doador com o receptor.

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No entanto, alguns dos pacientes que precisam de terapia de transfusão sanguínea como rotina, sobretudo aqueles com anemia falciforme (doença que afeta o formato das células vermelhas do sangue, os eritrócitos), podem desenvolver anticorpos contra substâncias existentes nas células sanguíneas de grande parte da população.

Esse processo faz com que o sistema imunológico do receptor do ataque as células do sangue recebido, o inutilizando. Quando isso acontece, apenas uma pequena parcela de pessoas (inferior a 0,01% do total) pode doar sangue a esses pacientes. No entanto, é difícil diferenciar quem são esses indivíduos com fenótipo eritrocitário raro de todo o resto.

Como funciona

Neste trabalho, conduzido pela professora Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, usou-se como base a constituição genética do sangue de cinco mil pessoas, cujas informações foram armazenadas em um software criado especialmente para o projeto, que permite a rápida busca de doadores com tipos raros, minimizando os erros humanos, além de ser menos custoso.

Os problemas, no entanto, existem: conseguir recursos de implementação e complexidades técnicas para criar um processo completamente automatizado foram dois dos principais citados por Ester e Carla Dinardo, uma de suas colaboradoras, em entrevista ao Jornal da USP. Mas os resultados do estudo foram tão importantes e inovadores que renderam ao grupo a terceira colocação na 16ª edição do Prêmio de Incentivo em Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS.

O tema de busca por doadores é extremamente relevante para a transfusão sanguínea, e pode afetar as vidas de milhares de pessoas. Segundo Carla, os pesquisadores dependem agora do investimento governamental para prosseguir com a estratégia criada e expandir o banco de doadores na tentativa de melhor atender as necessidades dos pacientes.

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