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Estudo relaciona aborto com radiação de celular. Quanto isso preocupa?

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Imagem: iStock

Maria Júlia Marques

Do VivaBem, em São Paulo

20/02/2018 11h34

Apesar de vivermos cada vez mais grudados nos celulares, nós ainda sabemos pouco sobre as consequências que a radiação do aparelho nos causa. Os riscos ainda não são claros e a cada pesquisa ficamos confusos se devemos temer o telefone ou não.

Por exemplo, uma nova pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, mostrou que há um forte vínculo entre o alto tempo de exposição à radiação não ionizante e o maior risco de aborto espontâneo.

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Os cientistas acompanharam 913 grávidas do início da gestação até a 20ª semana. As mulheres analisadas, que viviam na Califórnia, nos Estados Unidos, usaram medidores de radiação 24 horas por dia.

A pesquisa descobriu que o risco de aborto aumentou de 10% a 24% quando a mulher foi exposta a níveis elevados de radiação não ionizante de campo magnético, que nada mais é do que a frequência liberada por celulares, telefones sem fio, redes sem fio (como wi-fi) ou micro-ondas.

Mas é preciso interpretar a descoberta corretamente: a pesquisa está em estágio inicial e mostra que os cientistas devem ficar de olho no tema, não que os celulares afetam diretamente os bebês. A radiação não causa o aborto, mas o estudo sugere que há uma possível correlação entre os acontecimentos.

Então, o celular faz mal mesmo?

Desespero no celular/ Susto no telefone - iStock - iStock
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Para dar um nó na cabeça, também foram divulgados estudos recentes que afirmam que se há risco no uso do celular, ele é pequeno.

As pesquisas do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA duraram 10 anos e analisaram 3 mil ratos expostos à radiação de telefones.

O resultado? Só houve reação nos machos, que desenvolveram tumores no coração. As fêmeas foram poupadas por serem menores e terem absorvido menos radiação.

A resposta não soa otimista, mas os roedores foram expostos a celulares nove horas por dia durante dois anos, mais do que as pessoas costumam fazer. Por essa razão, os resultados não podem ser aplicados diretamente aos seres humanos. Além disso, os tumores eram benignos.

A própria FDA (agência que regula medicamentos nos EUA) emitiu uma declaração dizendo que havia analisado muitos estudos sobre a segurança do celular e "não encontrou provas suficientes de que há efeitos adversos para a saúde nos seres humanos causados pela exposição à radiofrequência."

Precisamos surtar e largar os celulares?

Quebrar celular - iStock - iStock
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Respira e solta, não surta. O assunto é nebuloso e ainda não há um consenso ou um estudo científico importante e completo que consiga nos dizer se o celular realmente nos faz mal e como isso acontece.

“Não foram publicados estudos robustos, feito em humanos, que isolem outros fatores e foquem só na radiação do celular, uma pesquisa clinicamente controlada. Não é algo simples de se fazer e por isso não conseguimos ligar o risco de câncer ou doenças à radiação do telefone”, explica Thiago Chulam, cirurgião oncológico e líder do Departamento de Medicina Preventiva do A.C. Camargo Cancer Center.

Mas isso não quer dizer que devemos ignorar os estudos menores. De acordo com Chulam, as novas pesquisas levantam hipóteses e nos deixam ligados de que é bom evitar um pouco o celular quando possível.

Diante do desconhecimento do real potencial da radiação do aparelho, sugiro que a gente evite ficar excessivamente colado nele. Mas não é para haver alvoroço, achar que você terá câncer se atender a um telefonema. Isso é extrapolar a informação dada”, afirma o cirurgião, que ressalta que até os ratinhos que ficaram exageradamente expostos à radiação não tiveram câncer e sim tumores benignos.

Uma dica é tentar não pressionar com frequência o celular contra a cabeça, preferir usar fones ou o alto-falante. “Mas também é só uma prevenção, da mesma forma que não sabemos se ele nos faz mal, não sabemos a distância que essa radiação alcança”, diz Chulam.

Então, só fique alerta. Não há evidências fortes, mas é sempre bom prevenir em vez de remediar. Por enquanto, o saldo final tem apontado para a resposta de que estamos seguros. 

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