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Cientistas descobrem como experiências traumáticas afetam o cérebro

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

20/02/2018 18h29

Lidar com memórias traumáticas nunca é algo fácil e a terapia comportamental cognitiva pode ser a melhor aposta para alcançar um futuro sem ansiedade. Porém, nem todo mundo que precisa busca essa ajuda, que foca em ensinar como evitar crises e lidar melhor com os sentimentos.

Em um novo estudo, publicado na Nature, cientistas compreenderam o que acontece dentro do cérebro quando revisamos experiências antigas, uma descoberta que pode inspirar melhores tratamentos para, por exemplo, aqueles que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático (TSPT).

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A pesquisa é de uma equipe internacional que investigava a neurologia por trás da capacidade do ser humano de “desaprender” o medo. Profundo, não?

“Uma abordagem comum de terapias cognitivas comportamentais para tratar pacientes com distúrbios relacionados ao trauma é usar a técnica de exposição”, disse Roger Marek, do Instituto do Cérebro de Queensland, na Austrália, ao Science Alert.

O método ajuda o paciente a ter controle do medo e da angústia que vieram com o trauma, mas precisa aplicado com cautela. Por trazer à tona sentimentos pesados, pode retraumatizar o paciente.

Para atrair as terríveis lembranças subterrâneas, a terapia instiga uma região do córtex pré-frontal, chamada de córtex infra-límbico, e faz com que ela se conecte com a amígdala – a central do medo – a fim de inibir certas respostas condicionadas ao trauma.

Além disso, trabalhos que estudam lesões no hipocampo sugerem que esta parte do cérebro pode estar envolvida neste processo dando contexto para as memórias escondidas, tornando-o um bom lugar para os pesquisadores começarem.

O estudo

Com todas essas informações em mãos, a equipe usou ratos em diversos experimentos projetados para testar comportamentos de resposta aos medos aprendidos e não aprendidos, avaliando as mudanças neurológicas e examinando a formação de novos caminhos no hipocampo.

Os modelos mostraram que a terapia falha em certas circunstâncias, porque essas vias pararam de funcionar por algum motivo.

Em vez de serem curados, os medos extintos ressurgiram porque um novo tipo de neurônio potente, ligando o hipocampo ao córtex infra-límbico, cresceu no cérebro. Não era um caso de enfraquecimento de pontos antigos, mas o cérebro o criou.

“Tomados em conjunto, nossos resultados revelam uma conexão entre o córtex pré-frontal e o hipocampo previamente desconhecida, que trabalha na regulação do contexto da recuperação da memória”, concluem os pesquisadores.

Uma vez que algumas áreas do cérebro --como a amígdala -- crescem em resposta a experiências traumáticas, faz sentido existir uma reconexão complicada de novos caminhos no cérebro.

Por enquanto, a descoberta é mais útil para neurocientistas do que para os terapeutas. Mas, com o tempo, o achado pode originar tratamentos que visam tipos específicos de nervo ou caminhos cerebrais, nos ajudando a desligar os flashbacks traumáticos.

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