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Pessoas que perdem peso têm mais fome, o que dificulta continuarem magras

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

08/02/2018 16h15

A obesidade tem se tornado um problema cada vez mais comum, e emagrecer não é uma tarefa fácil. Porém, quem já perdeu peso sabe que tão difícil quanto diminuir os ponteiros da balança é se manter magro após alcançar seu objetivo. 

Um novo estudo, publicado no periódico American Journal of Physiology, Endrocrinology and Metabolism, se propôs a compreender melhor as causas desse efeito sanfona.

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Para isso, os pesquisadores estudaram o apetite de pacientes que participaram de um abrangente programa de perda de peso.

“Demos para 34 pessoas com obesidade mórbida o melhor tratamento de emagrecimento, durante o período de dois anos”, explicou Catia Martins, professora da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

Os pacientes começaram o experimento pesando 125 kg, em média. Nas primeiras três semanas eles ficaram em uma espécie de spa, onde tiveram que se exercitar regularmente e passar por diferentes testes. Os voluntários também receberam educação nutricional e conversaram com psicólogos.

Eles secaram 5 kg nesse período de 5 kg e, em média, 11 kg ao término do estudo. No entanto, os testes descobriram que todos estavam com mais fome após emagrecerem do que quando começaram a dieta.

O que acontece no corpo?

De acordo com Martins, a maioria dos obesos é capaz de perder peso por conta própria, mas pesquisas mostram que apenas 20% conseguem se manter mais magras.

Do ponto de vista puramente biológico, dois fatores estão em jogo: hormônios e a capacidade do organismo de conservar a energia.

No caso dos hormônios, acontece que o responsável pelo apetite aumenta ao fazer dieta. Quando perdemos peso, o estômago libera quantidades maiores de uma substância chamada grelina, que nos faz sentir fome.

“Todo mundo possui esse hormônio, mas se você tem excesso de peso e depois emagrece, o nível dele aumenta”, diz Martins.

A notícia piora: o nível de grelina não se ajusta ao longo do tempo. O estudo mostra que a quantidade do hormônio no organismo permaneceu alta nos participantes ao longo dos dois anos. Isso provavelmente significa que pessoas com excesso de peso que emagrecem vão precisar lidar com o sentimento de fome pelo resto da vida.

Como se não fosse chato o suficiente, ainda é preciso analisar a capacidade do corpo de conservar energia.

Os cientistas afirmam que pessoas que emagreceram necessitam de menos combustível para manter seus corpos novos e mais leves, quando comparadas a alguém com o mesmo peso que sempre foi magro. No entanto, os ex-gordinhos se sentem mais famintos por causa dos hormônios. É aí que fica difícil fechar a conta: eles precisam comer menos, mas o organismo pede mais alimentos e se esforça para tentar voltar ao seu estado anterior (obeso). 

“É importante saber quais são os mecanismos fisiológicos que trabalham na resistência à perda de peso. Mas também existem diferenças individuais. As pessoas podem se desmotivar e ter outros problemas para seguir dietas e exercícios. Tudo isso dificulta manter o novo peso”, conclui Martins. A obesidade é uma luta diária para sempre. É importante tratá-la como doença de curto prazo, dando aos pacientes ajuda e apoio. 

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