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Ultrassom pode levar remédio até as células e ser usado para curar doenças

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Imagem: Getty Images

Do VivaBem

05/02/2018 12h02

Mais conhecido como um exame para que os pais vejam o rosto do bebê que ainda está na barriga, o ultrassom acaba de ganhar novos usos na medicina e pode, no futuro, curar doenças.

Após anos de pesquisa, os cientistas estão usando capacetes de ultrassom para testar tratamentos para Alzheimer e Parkinson e ativar remotamente as células imunes que combatem o câncer.

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Como? O ultrassom funciona da seguinte maneira: uma tensão é aplicada em um cristal piezoelétrico, que vibra e envia uma onda sonora. Quando o som regressa, ele é convertido em sinais elétricos e você obtém uma imagem de, no caso mais comum, um feto. Mas nos últimos anos, a tecnologia se reinventou e pretende usar isso com outros fins.

Agora, os cientistas estudam as microbolhas cheias de gás que os técnicos usam para conseguir o contraste em imagens granuladas de ultrassom. "Estamos começando a perceber que elas podem ser muito mais versáteis", diz Tao Sun, um estudante de graduação em engenharia elétrica e que está fazendo estudos sobre o tema para o Laboratório de ultrassom localizado no Brigham and Women's Hospital e Harvard Medical School. "Nós podemos alterar suas propriedades físicas, usá-las com marcadores de busca de tecido e até mesmo colocar medicamentos nelas".

Há quase duas décadas, pesquisadores descobriram que essas microbolhas podiam fazer outra coisa: soltar a barreira hematoencefálica (BHE). Essa membrana intransitável é o motivo pelo qual as condições neurológicas, como epilepsia, doença de Alzheimer e Parkinson são tão difíceis de tratar: 98% das drogas simplesmente não conseguem chegar ao cérebro por causa dela.

Mas os cientistas descobriram que, ao colocar um batalhão de microbolhas na barreira e atingi-las com um feixe focado de ultrassom, as bolhas começam a oscilar e crescem até atingir o tamanho crítico de 8 mícrons, fazendo a BHE se abrir. Durante algumas horas, qualquer droga (como medicamentos para quimioterapia ou anticonvulsivantes) que esteja na corrente sanguínea também escorrega para dentro do Sistema Nervoso Central.

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O ultrassom cria jatos cheios de microbolhas que podem impulsionar gotículas de drogas microscópicas no tecido
Imagem: SUONO BIO

Câncer também está na lista do ultrassom

Mais recentemente, cientistas perceberam que a barreira hematoencefálica não é o único tecido que pode se beneficiar do ultrassom e das microbolhas. O cólon, por exemplo, terrível em absorver os fármacos mais comuns para o tratamento da doença de Crohn, colite ulcerativa e outras doenças inflamatórias intestinais, também pode entrar na lista.

Em 2015, um estudo publicado no periódico Science Translational Medicine mostrou que ratos tratados com um tipo de fármaco e um segundo de ultrassom todos os dias durante duas semanas foram curados de seus sintomas de colite. O método também funcionou para fornecer insulina em porcos.

Além disso, uma nova pesquisa mostrou que o ultrassom pode ser usado para controlar as células que atacam o câncer. A última mania em oncologia é projetar as células T (grupo de glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos, inclusive o câncer) para melhor atingir e matar células cancerosas. Mas, até agora, ninguém havia encontrado uma maneira de seguir os tumores sólidos sem que as células T também atacassem o tecido saudável.

Entretanto, Peter Yingxiao Wang, da Universidade da Califórnia em San Diego, e sua equipe conseguiram. Eles uniram microbolhas a proteínas na superfície de uma célula T. Toda vez que uma onda ultrassônica passava, a bolha se expandia e encolhia, abrindo e fechando a proteína, deixando os íons de cálcio entrarem na célula. O cálcio acabaria estimulando a célula T a criar um conjunto de receptores geneticamente codificados, direcionando-os para atacar o tumor.

É claro que, sem dados humanos, é muito cedo dizer que a ultrassonografia é a cura para os problemas que as terapias genéticas enfrentam para aumentar a eficiência de alguns remédios no corpo. Mas esses estudos em animais oferecem algumas informações sobre como a tecnologia pode ser usada para tratar condições genéticas em tecidos específicos.

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