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Gosta de atacar a geladeira? Seus hormônios podem ser os culpados

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Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

02/02/2018 18h47

Quem já fez dieta sabe o quanto é difícil resistir à tentação de atacar a geladeira na parte da noite. No entanto, de acordo com um novo estudo publicado no International Journal of Obesity, a culpa dessas escapadas não é falta de força de vontade, mas sim dos hormônios que provocam fome e sinalizam saciedade.

O estudo, realizado com 32 homens e mulheres obesas --sendo que metade tinha compulsão alimentar--, sugere que os hormônios de saciedade são menores à noite, enquanto os da fome aumentam com o anoitecer e podem ficar mais elevados em situações estressantes. 

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O estudo foi baseado em um trabalho de Harvard de 2013 que identificou que indivíduos de peso normal tinham ritmos circadianos que desempenhavam um papel na regulação do apetite, e que os aumentos de fome e o apetite são, paradoxalmente, menores de manhã, mesmo que as pessoas não tenham se alimentado a noite toda.

Em entrevista ao New York Times, Satchidananda Panda, professora do Instituto Salk de Estudos Biológicos em San Diego, acredita que a evolução tem um papel importante nessa questão. "Por milhões de anos, o período noturno foi um momento em que não tínhamos acesso à comida. Você também não conseguia comer assim que acordava", pondera. Atualmente, com fácil acesso à comida a qualquer hora do dia ou da noite, essa adaptação evolutiva pode ter nos levado a perder o controle do que comemos à noite.

No estudo conduzido por Susan Carnell, os participantes foram convidados a jejuar por oito horas antes de consumir uma refeição líquida de 600 calorias.

Então, duas horas depois, foram submetidos a uma situação de estresse, em que tiveram que submergir sua mão em água gelada por dois minutos, enquanto pensavam que estavam sendo filmados. Trinta minutos depois, eles tinham a disposição um buffet repleto de pizzas, lanches e doces.

Para avaliar o impacto que a hora do dia tem sobre o apetite e seus hormônios reguladores, os pesquisadores fizeram esse teste duas vezes: um às 9 h e outro às 16 h. Eles tiraram sangue para medir os níveis hormonais e também pediram aos participantes para avaliar seus sentimentos de fome ou satisfação.

Todos os participantes relataram ter mais fome de noite do que de manhã. Eles também tinham altos níveis de grelina, hormônio que faz com que as pessoas tenham fome, e níveis mais baixos de peptídeo YY, um hormônio relacionado a saciedade, quando consumiam a refeição liquida de tarde, em vez de manhã. 

Os compulsivos também apresentaram maiores níveis de grelina quando começaram o regime à noite, em comparação com o início da manhã, enquanto aqueles que não eram compulsivos tinham o padrão inverso. Os compulsivos também sentiam-se menos saciados após a refeição líquida e a exposição ao estresse depois das 16 h.

O estresse causou fome em todos os participantes, mas a grelina aumentou ainda mais quando os participantes foram submetidos à situação estressante no fim do dia, sugerindo que o estresse pode ter um efeito mais profundo na fome da noite.

"Nós definitivamente sabemos que esse padrão de respostas hormonais aumenta o risco de comer demais na noite, ao contrário da manhã”, afirma Carnell, que recomenda a quem tem essa tendência adotar um “toque de recolher” para evitar atacar a geladeira depois de um determinado horário.

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