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Que tal respirar entre toneladas de sal? Terapia alivia doença respiratória

Carine Wallauer/UOL
Imagem: Carine Wallauer/UOL

Maria Júlia Marques

Do VivaBem, em São Paulo

05/01/2018 04h00

Imagine ficar por 45 minutos em uma sala com mais de 3 toneladas de sal: paredes brancas, chão branco e teto também, tudo coberto de sal. A experiência parece esquisita e traz a sensação de que você está em um iglu. Mas respirar o ar salgado pode aliviar os sintomas de doenças respiratórias.

O método soa inovador, mas a haloterapia é antiga. Ela começou no século 19, com um médico polonês que notou que mineiros que trabalharam em salinas tinham uma saúde respiratória melhor. O profissional pesquisou as propriedades do sal e fez todo mundo querer "respirar salgado".

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A haloterapia não cura, mas pode ser usada como terapia complementar e integrativa para ajudar a espaçar as crises e diminuir a intensidade de problemas respiratórios em geral, incluindo rinite, sinusite, bronquite, asma e até faringite.

Qual a lógica?

Haloterapia - Carine Wallauer/UOL - Carine Wallauer/UOL
Imagem: Carine Wallauer/UOL
Na sala de halotearpia o sal não está só nas paredes, ele também é encontrado moído no ar, e circula no ambiente como se fosse uma névoa. Se você for de roupa preta na sessão consegue ver os pedacinhos de sal no tecido.

“São partículas tão fininhas que quando inalamos vão direto para o pulmão”, explica José Ervolino, presidente da Associação Brasileira de Haloterapia. Quando as partículas são grandes demais o sistema respiratório as reconhece como agressoras e, com espirros, as expulsa.

O sal mata os vírus, fungos e as bactérias, higienizando o sistema respiratório, de acordo com Ana Nader, especialista na terapia e proprietária da Halosal, em São Paulo. Além disso, o sal adere ao muco e o “dilui”, soltando o catarro e garantindo uma sensação de alívio e limpeza. O bônus: o sal em micropartículas também diminui o inchaço das mucosas e as inflamações.

Outro benefício da sala são os íons negativos. “Eles são encontrados em quedas de cachoeiras ou onde as ondas quebram no mar. Em uma sala da haloterapia, ficam concentrados e garantem a sensação de calma e tranquilidade”, diz Ervolino.

Durante a sessão, você consegue sentir os lábios salgados, fica relaxado e a pele ganha uma camada de sal. “Nos 45 minutos que permanece na sala, muita gente medita, tem um momento de reflexão, lê e até dorme”, afirma Nader. No fim, é importante beber água para evitar a desidratação.

Todo mundo pode fazer?

Sal da Haloterapia - Carine Wallauer/UOL - Carine Wallauer/UOL
Imagem: Carine Wallauer/UOL
Qualquer pessoa pode fazer a terapia. Mesmo quem não sofre com doenças crônicas se beneficia ao higienizar o sistema respiratório e enviar ar puro para pulmões acostumados com poluição.

As contraindicações são para bebês menores de seis meses e pessoas que estejam em crise. “Normalmente, quem tem doença respiratória sabe quando ela aparece: em tempos secos ou quando há mudança de clima. A ideia é que nesses períodos a haloterapia seja feita como prevenção”, afirma Ervolino.

Pessoas hipertensas costumam ter receio da prática, mas não é preciso. O sal inalado não interfere na quantidade de sal que podemos ingerir por dia.

Os resultados da terapia são cumulativos. Então, é indicado que o paciente faça um pacote de 10 sessões. Mas a melhora já aparece a partir da terceira, ou até da primeira, dependendo do quadro. O preço da sessão é cerca de R$ 65.

Posso confiar?

Haloterapia - Carine Wallauer/UOL - Carine Wallauer/UOL
Imagem: Carine Wallauer/UOL
Um estudo publicado no periódico New England Journal of Medicine mostrou que a terapia proporciona melhora na respiração, ajudando na função pulmonar e limpando o muco de modo acelerado.

O sal realmente auxilia a acabar com processos inflamatórios e diminui a presença de bactérias, fungos e vírus, o que por si só já melhora as condições de pacientes com doenças respiratórias.

“É importante lembrar que o método não cura. Você não pode abandonar seu médico e remédios, é preciso fazer tudo em parceria”, alerta Andrea Sette, pneumologista do Hospital e Maternidade São Luiz.

Sette afirma ainda que é importante aguardar a publicação de estudos e pesquisas maiores, que garantam que não há outros efeitos que possam culminar na piora do paciente.

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