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Acrodórdons: como identificar, quando é 'fibroma mole' e como retirar

Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Amarílis Lage

Colaboração para VivaBem

24/10/2022 11h01Atualizada em 24/10/2022 16h28

Você já deve ter tido, mas nem sabia que essas bolinhas supercomuns têm nome: acrocórdon. Elas surgem principalmente na região do pescoço, nas axilas, na virilha e logo abaixo dos seios. Têm formato pendiculado e podem ser um pouco mais escuras que a pele.

Quem tem esse tipo de lesão na pele não precisa se preocupar - as bolinhas são assintomáticas e não causam qualquer dano à saúde. Porém, elas podem indicar a presença de outros problemas, como resistência à insulina, por isso é importante ficar alerta sobre seu aparecimento.

O que são?

Ao contrário do que muita gente pensa, essas pápulas não são um tipo de verruga. O termo verruga define as lesões duras e ásperas causadas pelo papiloma vírus humano (HPV). Já os acrocórdons (também chamados de fibromas moles, quando maiores) não têm nada a ver com infecções por vírus, bactérias ou fungos. Eles são compostos por um tecido igual ao da nossa pele: epiderme, tecido conjuntivo, vasos e, às vezes, tecido adiposo (gordura). Elas podem causar desconforto físico e estético, mas não há transformação para câncer.

Por que surgem?

Essa é uma das lesões cutâneas que aparecem naturalmente com a idade. Por isso, são mais comuns a partir dos 40 anos. E tem um fator genético: há famílias que as apresentam em maior frequência.

Mas vale destacar que, muitas vezes, o aparecimento está relacionado a sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2. Quem tem muitos acrocórdons precisa prestar atenção no nível de insulina.

Nas mulheres, é comum o aparecimento durante a gestação - isso ocorre devido à presença de hormônios que estimulam o crescimento epidérmico (o que também faz com que as pintas fiquem mais evidentes nesse período).

É necessário retirá-los?

Depende. Os acrocórdons não oferecem risco à saúde e muitas vezes somem espontaneamente. Porém, vale a pena eliminá-los quando eles se tornam fonte de incômodo, seja ele estético ou físico. Há quem se queixe de coceira na região afetada. Outras pessoas acabam se ferindo com frequência - é o caso de mulheres com acrocórdons nas axilas, que se machucam durante a depilação com lâmina.

Como deve ser feita a retirada?

Por se tratar de uma lesão muito superficial, a técnica mais comum é o "shaving". Nesse tipo de procedimento, as lesões são retirados com uma lâmina bem delicada, às vezes, com anestesia local ou creme anestésico. Além disso, é possível destruir a lesão com radiofrequência [bisturi elétrico], laser ou crioterapia [técnica em que áreas específicas do corpo são submetidas ao frio intenso].

É importante destacar que, independentemente do método utilizado, o procedimento deve ser realizado por um médico - seja ele dermatologista ou cirurgião plástico. Afinal, embora não seja muito complexo, trata-se de um procedimento invasivo.

Dá para tirar por conta própria?

Não. Receita caseira nunca é uma boa ideia. O aviso vale tanto para a aplicação de óleos, sumos e seiva de plantas, como para o uso de remédios para tratar verrugas, à venda em farmácias. Retirar o acrocórdon por meio de lâminas, fios etc. também é bem perigoso.

Quem recorre a soluções do tipo corre o risco de acabar com uma irritação no local, assim como queimaduras, infecções e cicatrizes.

Fontes consultadas: Luciana Baptista Pereira, professora de dermatologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Renata Ferreira Magalhães, chefe do serviço de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).