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Pesquisa mostra que apenas 8% das pessoas conseguem manter dieta no Natal

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do VivaBem, de São Paulo

20/12/2017 18h35

Os médicos da Associação Brasileira de Nutrologia realizaram, nos meses de novembro e dezembro, uma pesquisa com 400 pacientes, para avaliar o perfil comportamental deles durante as comemorações do Natal. Apenas 8% dos entrevistados informaram conseguir manter a dieta nessa época do ano, contra 37% que assumiram sair completamente da rotina e 55% que relataram que se permitem sair da dieta, mas buscam equilibrar os alimentos.

"Quanto mais tempo em mesa, maior a propensão a exagerar, pela exposição à comida e aos petiscos", ressalta o Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da ABRAN. Isso porque 41% disseram levar de duas a três horas entre a ceia e a sobremesa, 39% cerca de uma hora, 13% entre quatro e cinco horas, e 7% mais do que seis horas. Em paralelo, 57% das pessoas afirmam ficar mais uma hora petiscando, 26% de duas a três horas, 9% de quatro a cinco horas e 8% mais do que seis horas.

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Para 51%, a ceia de Natal é um momento calmo e reflexivo, e para 49% este é um momento conturbado e com muito falatório. Participaram pacientes de 14 estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná e Brasília.

Impotência e frustração

As sensações pós-ceia também foram questionadas. O sentimento de felicidade está presente para 44% das pessoas, assim como tranquilidade, para 37% delas. Já os sentimentos de culpa (15%), exaustão (12%), tristeza (4%) e raiva (2%) também foram relatados. Uma das respostas comenta sobre impotência e frustração por não conseguir manter um objetivo. O exagero maior, segundo 46% dos pacientes, é na noite de Natal, seguido por 35% que mostraram abusar nos dois dias e 19% apenas no almoço.

No dia após o Natal, a compensação relatada por 47% é encontrada em forma de redução alimentar, ou seja, diminuir o ritmo e comer menos. Além disso, a prática de exercícios foi lembrada por 29% dos pacientes, além de fazer jejum, por 7%. "As escolhas e substituições devem ser conscientes durante todo o ano. Se permitir é bom, mas saber as consequências é o ideal para conseguir chegar à moderação", esclarece o Dr. Ribas.

Alimentos e bebidas preferidos no Natal

Em relação aos alimentos favoritos do Natal, as tradicionais carnes brancas foram as mais lembradas, por 70% das pessoas, seguidas por frutas, castanhas e nozes (62%), saladas (59%), farofa (58%), salpicão (53%), arroz (51%), carnes suínas como leitão e pernil (38%), maionese (24%), e carnes vermelhas bovinas (14%).
Como sobremesa, doces e frutas são os mais consumidos, por 45% dos pesquisados, seguidos por apenas doces, escolhidos por 34%, e apenas frutas, por 18%.

Quando questionados sobre opções mais saudáveis, os mais lembrados para a ceia são: salada especial (53%), sementes e cereais (27%), pães integrais (17%) e arroz integral (17%). Para 34% não existem opções saudáveis na ceia.

Em relação as bebidas, as alcoólicas são as mais pedidas, por mais de 50% das pessoas. Também foram mencionados água, por 41% delas, refrigerantes, por 29%, sucos naturais, por 23%, e água com gás (12%) e sucos industrializados (6%).Qual é o segredo para manter a linha?

Para Durval Ribas Filho, se a pessoa não tem restrições alimentares, o importante é não proibir totalmente nenhum tipo de alimento ou bebida. "Vemos muitos pacientes que exageram nas festas de fim de ano e passam o ano seguinte inteiro tentando compensar os exageros. Há de que se entender que hábitos alimentares não mudam de uma hora para outra. Existem medidas que devemos aprender para a nossa vida", conclui.