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Malhar de forma intensa pode ajudar a barrar avanço da doença de Parkinson

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do VivaBem, em São Paulo

17/12/2017 12h22

Fazer exercícios de forma intensa na esteira pode ser seguro para pessoas que recentemente receberam diagnóstico de Parkinson. Foi o que descobriu um importante estudo feito em adultos com estágios iniciais da doença, ressaltando ainda que a prática pode diminuir substancialmente a progressão da patologia. 

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Esta é uma doença neurológica progressiva que envolve problemas de controle motor. Sintomas como fraqueza, rigidez, perda de equilíbrio e quedas podem tornar o exercício difícil e potencialmente perigoso. Embora o Parkinson seja atualmente incurável, seus sintomas podem ser aliviados por um tempo com o auxílio de várias drogas.

Mas, como a maioria desses medicamentos perdem sua eficácia no decorrer do tratamento, pesquisadores começaram a procurar outras opções de tratamento, particularmente para os estágios iniciais da doença, na tentativa de travar o avanço da doença e atrasar a necessidade de iniciar com os remédios.

Tal possibilidade levou recentemente um consórcio de pesquisadores da Universidade Northwestern (Estados Unidos) e de outras instituições para analisar os efeitos do exercício como um tratamento. Estudos em animais já haviam demonstrado que ele reduziu os sintomas e diminuiu o declínio físico em roedores do Parkinson.

Para o novo trabalho, publicado na JAMA Neurology, os pesquisadores decidiram tratar o exercício como se fosse um medicamento e acompanhar cuidadosamente a segurança e eficácia de diferentes "doses" em um ensaio clínico formal de Fase 2.

Como foi

Os pesquisadores recrutaram 128 homens e mulheres que foram diagnosticados com Parkinson nos últimos cinco anos. Nenhum deles ainda estava tomando medicamentos para tratar a doença e também não faziam qualquer tipo de exercício regularmente.

Foram testadas a capacidade aeróbia, frequência cardíaca máxima e a gravidade da doença, usando uma escala numérica padrão. Eles dividiram os homens e as mulheres aleatoriamente em três grupos, um dos quais foi convidado a continuar sua vida normal, como controle. Os outros foram instruídos a começarem a se exercitar.

Um grupo caminhou suavemente durante 30 minutos em uma esteira quatro vezes por semana, enquanto os pesquisadores manipularam a velocidade e inclinação das máquinas para manter a frequência cardíaca de cada voluntário entre 60% e 65% de seu máximo. O outro se exercitou a mesma quantidade de tempo, mas a um ritmo árduo e inclinado, de modo que suas faixas cardíacas ficaram entre 80% e 85% de seu máximo.

Durante um mês, as sessões foram supervisionadas. Então, os voluntários foram convidados a continuarem por conta própria, com monitores de frequência cardíaca comprovando seus esforços. Os pesquisadores ainda pediram para serem informados sobre ferimentos entre os voluntários. Ao final de seis meses, eles voltaram a verificar o estado da doença dos voluntários.

Resultados

Os homens e mulheres que continuaram com suas vidas anteriores mostraram alguma piora. Suas pontuações na escala da doença diminuíram em média em mais de três pontos. Da mesma forma, aqueles no grupo de exercícios moderados mostraram declínios de cerca de dois pontos, o que significa que, segundo os padrões do estudo, o exercício foi "inútil" como um tratamento de Parkinson.

Mas o grupo que trabalhou intensamente não mostrou quase nenhum declínio na pontuação da doença, o que significa que seu exercício foi útil e realmente ajudou. Quase todos os participantes conseguiram completar seis meses de exercício regular sem ferimentos e com apenas queixas esporádicas de dor nas músculos.

O estudo não foi projetado para determinar por que o exercício intenso desacelerou a progressão do Parkinson e o exercício moderado não. "Mas o palpite é que o exercício de alta intensidade faz um melhor trabalho na hora de melhorar a vascularização do cérebro e o suprimento de sangue neuronal", explicou Daniel Corcos, professor de Ciências do Movimento Humano na Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, para o New York Times.

"O fluxo de sangue melhorado para o cérebro, o pensamento corre, pode ajudar a saúde geral do cérebro e a deterioração lenta. Mas essa hipótese precisará ser testada", ressaltou o especialista.

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