Mesmo com erros iguais, cirurgiãs sofrem mais punições que cirurgiões
A realidade é que existem muitas empresas que pagam mais para os funcionários homens do que para as mulheres, mesmo se estiverem em cargos semelhantes. A medicina não foge deste (péssimo) padrão, médicas ganham até 27% menos que os médicos da mesma especialidade, pasme.
Dando ainda mais peso para o viés de gênero nos hospitais, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, divulgou uma pesquisa mostrando que mulheres são mais punidas no trabalho em comparação com os homens – independente de fatores como posição e desempenho.
A responsável pelo estudo foi Heather Sarsons, que usou um ano e meio de dados do Medicare, o sistema de seguros de saúde dos EUA, para análise. Ela separou os documentos que mostram os encaminhamentos feitos por médicos para cirurgiões e analisou se os médicos continuavam enviando pacientes para os cirurgiões que registraram mortes de pacientes na operação.
Quer saber a triste resposta? O gênero do cirurgião influenciou mais a decisão do que seu desempenho. Os médicos foram muito mais severos com as cirurgiãs que tiveram resultados ruins do que com os homens, e esse julgamento determinou que os cirurgiões do sexo masculino recebessem mais pacientes.
Em números, as referências caíram 54% depois que um paciente morreu nas mãos de uma cirurgiã, mas quando era um cirurgião que perdia um paciente, houve só uma pequena estagnação em suas indicações.
“Os médicos aumentam mais suas referências para homens cirurgiões do que para mulheres depois de um bom resultado de tratamento. E diminuem ainda mais suas indicações para cirurgiãs mulheres do que para homens se a operação teve um mau resultado”, explicou Sarsons para VOX.
Além disso, um bom resultado do paciente, como uma sobrevivência inesperada, levou os médicos a se tornarem mais otimistas quanto à capacidade dos cirurgiões, aumentando os volumes de indicações. Mas o mesmo não aconteceu com as mulheres.
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