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Sensibilidade ao glúten? Carboidrato pode ser verdadeiro vilão do intestino

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Do UOL

13/11/2017 13h28

Se você não é celíaco, mas culpa o glúten pelo seu intestino irritado, melhor rever seus conceitos.

Um estudo feito pelo gastroenterologista Peter Gibson e sua equipe, na Universidade Monash, na Austrália, descobriu que carboidratos simples podem ser os verdadeiros responsáveis pelos problemas intestinais. Esses alimentos fermentam no intestino, causando inchaço e outros desconfortos.

A equipe de Gibson relacionou sintomas gastrointestinais adversos a um tipo de carboidrato simples chamado frutano, substância encontrada em uma variedade de alimentos, como trigo, alho, cebola, banana e em raízes tuberosas.

Os pesquisadores recrutaram 59 pessoas que não tinham doença celíaca, mas não consumiam glúten. Os participantes tiveram que comer durante sete dias barrinhas de cereais criadas especialmente para o estudo --uma continha glúten, outra continha frutano e outra nenhum dos dois (um placebo).

Cebola e alho - iStock - iStock
Substância presente na cebola e no alho podem causar sintomas gastrointestinais
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Divididos em três grupos, os participantes se alimentaram de apenas um tipo de barrinha por sete dias seguidos e anotaram qualquer sintoma de irritação intestinal. Depois, eles tiveram uma semana de “folga”, para permitir que os sintomas se dissipassem, e começavam a fazer o teste com outra barrinha.

É importante dizer que nenhum dos participantes ou pesquisadores souberam que tipo de barrinha eles estavam comendo ou distribuindo durante a semana.

No final do teste, os cientistas compararam os sintomas com os alimentos ingeridos e descobriram que a barrinha de frutano gerou 15% mais inchaço e 13% mais sintomas gastrointestinais. Não havia diferença entre os sintomas causados pela barrinha de glúten ou de placebo.

Os resultados sugerem que não faz sentido as pessoas seguirem uma dieta sem glúten para diminuir os sintomas da sensibilidade à proteína. “O glúten foi originalmente assumido como culpado devido à doença celíaca e ao fato de que as pessoas se sentiam melhores quando paravam de comer trigo”, disse Gibson ao site “New Scientist”. “Agora parece que essa suposição inicial estava errada.”