Topo

Tudo sobre Infarto

Sintomas, Cuidados e Tratamento


O que fazer hoje para não ter um infarto quando for mais velho?

iStock
Imagem: iStock

Alexandre Sinato

Colaboração para o UOL

02/11/2017 04h00

O infarto é um inimigo real e poderoso. Os números provam: é a principal causa de morte a partir dos 40 anos no Brasil e nos países desenvolvidos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2015, 86% das pessoas internadas por culpa de um infarto morreram. Então como diminuir as chances de entrar para essa estatística? A resposta é simples: ter uma vida mais saudável.

A maior parte dos fatores de risco está associada a maus hábitos: obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes, colesterol ruim alto, hipertensão e estresse. Componentes genéticos são a exceção e muitas vezes exigem a ajuda de medicamentos, mas uma rotina balanceada também é recomendada nesses casos.

Assim, medidas que os pacientes que sobrevivem a um infarto devem tomar são as mesmas que o evitam. A diferença é que, caprichando na prevenção, as chances de um susto causado pelo coração são muito menores.

“O que se percebe hoje é que quando há dois fatores de risco presentes e sem controle, é maior a chance de isso se tornar o gatilho para um problema no futuro. Um fator de risco oferece uma chance X de infarto, mas essa chance se multiplica a partir do segundo fator, tornando-se bastante elevada”, adverte Nabil Ghorayeb, cardiologista e médico do esporte do HCor (Hospital do Coração).

Algumas medidas simples ajudam a derrubar tais porcentagens e resultam em mais saúde já no curto prazo. Acertar a alimentação é uma delas. Controlando quantidade e qualidade do que vai para o seu prato já é possível enfrentar fatores como obesidade, hipertensão, diabetes e colesterol ruim alto.

“Existe uma dica universal muito boa que dou para meus pacientes: dobre a quantidade de vegetais e reduza pela metade a quantidade de gordura animal, que vem dos laticínios, das carnes vermelhas e da gema do ovo”, recomenda Antonio Eduardo Pesaro, cardiologista do hospital Albert Einstein.

Rotina saudável

vida saudavel - iStock - iStock
Imagem: iStock
Fazer exercícios físicos também está na lista do que deve ser prioridade na prevenção do infarto. Afinal, o sedentarismo não só é um fator de risco, mas também serve de caminho para outras condições perigosas.

“Está provado que quem faz atividades físicas moderadas contínuas, com duração de 150 minutos por semana, diminui em quase 40% o risco de infarto”, destaca Ghorayeb. Pesaro compartilha dessa conta. “O benefício já começa a partir de 15 a 20 minutos diários de exercício continuado”.

O especialista do Albert Einstein ainda ressalta que o organismo é muito fã da rotina. Seguir um mesmo padrão de horário para acordar, alimentar-se e dormir, por exemplo, é uma forma de agradar o corpo. “Talvez a nossa paixão pela vida não goste tanto de rotina, mas o organismo gosta e isso é fundamental para nossa energia vital”.

Cigarro e estresse

Cigarro/ Cinzeiro  - iStock - iStock
Imagem: iStock
Dois vilões muito conhecidos quando o assunto é saúde, o tabagismo e o estresse são outros gatilhos perigosos para o infarto e estão relacionados. Afinal, o estresse vira um catalisador para hábitos extremamente prejudiciais à saúde, contribuindo para o aumento do risco de infarto.

“Uma pessoa muito ansiosa que trabalha excessivamente geralmente come com menos qualidade e desconta na gordura, no chocolate, na cerveja, no cigarro. O sono também tende a ser ruim e curto, e tudo isso piora o risco cardíaco”, opina Pesaro.

A saída é saber como lidar com o estresse, já que, nos grandes centros urbanos, fugir totalmente da loucura do dia a dia não é tarefa simples. “O pior para o coração é a reação agressiva ao estresse, por isso é preciso saber onde descarregar essa tensão. Descobrir o que te faz bem e fazer com bastante vontade para todos os dias poder relaxar”, recomenda Ghorayeb.

Mais casos entre as mulheres

mulher infarto - iStock - iStock
Imagem: iStock
Um dado tem chamado a atenção dos médicos nos últimos anos: o aumento do número de infartos entre as mulheres. A maior participação feminina no mercado de trabalho e alguns hábitos pouco saudáveis decorrentes dessa mudança estão cobrando um preço. E ele é caro.

“Até a primeira metade do século passado, as mulheres tinham menos infarto porque trabalhavam fisicamente em casa e se alimentavam com comida caseira. Hoje, a mulher é tão competitiva quanto o homem, está trabalhando e comendo mais fora de casa e tem hábitos sedentários no escritório. Isso tudo aumentou a chance de a mulher ter infarto”, analisa Eduardo Pesaro, do Einstein.

Uma coisa não mudou: até a menopausa, as mulheres estão mais “protegidas” contra o infarto. “Depois da menopausa, a mulher perde uma proteção hormonal e isso, somado a hábitos errados, torna-se um problema grave. A partir dos 60 anos, por exemplo, as mulheres começaram a ter a mesma chance de infarto que os homens”, explica Nabil Ghorayeb.

Portanto, o alerta é geral: quanto melhores são seus hábitos, menor a chance de se tornar vítima de um infarto. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 31% dos óbitos anuais no mundo são decorrentes de um infarto. Ter uma rotina saudável é muito mais do que um estilo de vida.