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Sem braços e pernas, atleta de CrossFit mostra que esporte é para todos

Lindsay levantando peso na academia de CrossFit - Reprodução/Instagram
Lindsay levantando peso na academia de CrossFit Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL

26/10/2017 11h58

Quer uma inspiração para o treino de hoje? É melhor dar uma olhada nos vídeos de Lindsay Hilton fazendo CrossFit.

As imagens da canadense, que nasceu sem os antebraços e a parte inferior das pernas, exercitando-se fizeram sucesso na internet e mostraram que a prática é para todos.

Mas a vida ativa de Lindsay começou muito antes do Instagram. Em uma entrevista ao site “Self”, ela conta que foi uma criança que brincava muito com seus irmãos, esquiava e jogava futebol e rúgbi (esporte que ela nunca deixou de praticar). Hoje, além do CrossFit, ela ainda faz parte de um time de rúgbi em sua cidade, Halifax, no Canadá.

Segundo Lindsay, ela precisou aprender a fazer tudo, assim como qualquer outra criança, apenas com algumas adaptações. “Isso nunca foi apresentado a mim como algo ruim, era somente quem eu era, e quem eu sou. Eu aprendi a andar, eu brinquei, me juntei a times de esporte, aprendi a dirigir. Nunca pensei que as coisas fossem mais difíceis para mim, mas que elas são apenas diferentes”, disse.

 

Lindsay começou a fazer CrossFit justamente para ter condicionamento nos períodos fora de temporada do rúgbi. “Ele tem uma energia muito parecida com a do esporte, principalmente porque é feito em grupo”, diz ela. “Todos nós estamos lá, fazendo o mesmo treino, mesmo que cada um se adapte de um jeito diferente.”

Para realizar os exercícios, ela teve que fazer algumas adaptações nos equipamentos. Na barra, por exemplo, bandagens com ganchos prendem seus braços ao aparelho. Ela ainda usa próteses nos braços de vez em quando, para levantar peso, mas prefere deixar as próteses da perna em casa, porque tem maior senso de progresso sem elas.

Não há um exercício que Lindsay não consiga fazer, muito por conta da ajuda que teve dos profissionais de sua academia. Ela inclusive culpa treinadores de outros lugares pela falta de inclusão: “Um bom treinador precisa olhar para quem está entrando na academia e pensar nas habilidades daquela pessoa, no que eles podem fazer, e não em suas limitações. Isso é esquecido em muitos lugares.”

A canadense ainda dá uma lição em alguns admiradores que vê pelas redes sociais, reprimindo os que a parabenizam por apenas sair de casa todos os dias: “Essa atitude não ajuda aqueles que ainda pensam que não pertencem à academia porque têm que se adaptar de forma diferente àquele ambiente”, explica. “Eu posso fazer tudo que você pode fazer, só que eu faço isso sem braços ou pernas.”