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Cuidar da mente para uma vida mais harmônica


Você pode aprender a ser feliz; psicóloga explica por onde começar

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Imagem: Getty Images

Vivian Ortiz

Do UOL, em São Paulo

25/10/2017 04h00

Em um mundo onde a maioria dos países está em crise econômica, com tanta polarização política e animosidade entre as pessoas, ainda é possível ser feliz? De acordo com a psicóloga Maria Tereza Maldonado, autora do livro "Construindo a felicidade – a ciência de ser feliz aplicada no dia a dia", dá sim. Ela explica que costumamos ter um conceito errado do que é ser feliz.

"As pessoas acham que é um estado permanente euforia, de ter uma vida sem problemas. E não é bem assim", ressalta a especialista. "Tem gente que fala: ah, felicidade é fazer o que gosto! Digo que isso é uma maneira de buscar prazer, mas não é uma construção a longo prazo da felicidade, pois na vida temos que fazer o que não gostamos também. E vamos deixar de ser felizes por isso?".

Por onde começar?

A felicidade é um hábito que podemos construir e cultivar, diz a psicóloga. Mas já vamos avisando: dá um pouco de trabalho. O primeiro ponto, segundo Maria Tereza, seria manter pensamentos positivos, de qualidade, que abram espaço para nos relacionarmos de melhor forma com quem está a nossa volta, seja com o parceiro que amamos, aquele chefe chato ou o vizinho implicante.

Felicidade, terceira idade - iStock - iStock
Se relacionar da melhor forma com quem está a nossa volta é uma forma de felicidade.
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Ser grato por tudo o que temos e conquistamos na vida também nos ajudaria a viver em um estado mais interno de serenidade. "Ter um comportamento assim é o que nos dá apoio para que, mesmo nos momentos mais difíceis da vida --como quando enfrentamos obstáculos, problemas e desafios-- passemos pela situação sem fraquejar. Tudo isso são maneiras de sermos felizes", garante.

Outra coisa muito importante na construção da felicidade, segundo Maria Tereza, é termos um propósito significativo em nossas vidas. Isto é: aplicar nossos talentos e competências em algo em que somos bons. "Se dedicar a algo maior do que você mesmo ativa nosso altruísmo e faz com que também pensemos nas outras pessoas", diz.

Vale ainda cultivar a gratidão. "Na nossa vida existem muitas coisas que não gostamos e pessoas que nos desapontam, por exemplo. Mas, se olharmos para o que a vida sempre nos oferece, percebemos que alguns problemas são justamente a oportunidades de desenvolvermos o talento para resolver essas questões", diz.

Pesquisa virou livro

Maria Tereza posa com o livro. - Divulgação - Divulgação
Maria Tereza posa com o livro.
Imagem: Divulgação

Para chegar a essas conclusões, e escrever seu 41º livro, Maria Tereza levou dois anos entrevistando 190 pessoas, de 12 a 96 anos, em todas as regiões do Brasil. O trabalho também envolveu uma grande pesquisa em estudos sobre o assunto, tradições milenares, psicologia positiva e neurociência.

"Esse livro nasceu em um momento em que vivemos em um mundo muito conturbado, com correntes de ódio se disseminando pela internet, confrontos de pessoas que não aceitam que outros pensem de maneira diferente ou que tenham opiniões opostas as suas", explica. "Isso vai gerando um índice maior de depressão, ansiedade, mal-estar e de infelicidade também".

Segundo a psicóloga, a ideia era mostrar, que mesmo em épocas difíceis, podemos ativamente conservar determinadas ações e padrões de pensamentos, além de investir na qualidade dos nossos relacionamentos. "Assim, conseguimos construir esse estado da serenidade interior, dessa felicidade básica, para nos fortalecer e enfrentar melhor todos esses desafios que o mundo atual está nos apresentando", diz.