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Inspiração pra fazer da atividade física um hábito


"Corrida me fez largar o cigarro de vez", fala a modelo Isabel Hickmann

A modelo Isabel Hickmann, 28 anos - Reprodução/Instagram
A modelo Isabel Hickmann, 28 anos Imagem: Reprodução/Instagram

Juliana Vaz

Colaboração para o UOL

16/08/2017 04h10

Aos 28, a irmã da apresentadora de Ana Hickmann conta ao UOL como largou os hábitos ruins e conseguiu investir em um estilo de vida mais saudável, mesmo encarando semanas de moda. "Eu sofria demais nos treinos. Ao deixar de ser fumante, passei a ter uma melhora nítida em pouco tempo e ver esses resultados imediatos me dava ainda mais ânimo para não ter recaídas." Leia a seguir:

Quem vê o rosto anguloso, a postura cheia de atitude e o corpo torneado de Isabel nas passarelas pode imaginar que tudo não passa da genética da família Hickmann. Em partes, sim, mas apesar das vantagens do biótipo magro, a gaúcha começou a notar o impacto negativo da alimentação desregrada no seu corpo. “A digestão era mais lenta e o inchaço aumentava. Aos poucos, fui deixando as besteiras de lado. Procuro não ser radical com o cardápio, mas não me lembro qual a última vez que bebi refrigerante.”

Cigarro e refri para dar energia

Com quase dez anos de carreira, a ex-publicitária conta que essa consciência só veio com o amadurecimento. “Comecei na profissão aos 20 anos, mais tarde que a média das garotas. Apesar de já 'ter cabeça', a falta de rotina, as horas intensas de trabalho e a correria dos castings deixa qualquer pessoa estressada. Acabava descontando no cigarro e no refrigerante, que me davam mais energia”, diz ao relembrar os primeiros anos de carreira e semanas de moda.

“Comecei a fumar na adolescência e foram muitos anos como fumante. Houve fases em que cheguei a uma média de 15 cigarros por dia”, lembra

Isabel Hickmann, cigarro - Raphael Lucena/Divulgação Iracema Scharf - Raphael Lucena/Divulgação Iracema Scharf
Imagem: Raphael Lucena/Divulgação Iracema Scharf
O start na vida saudável

Foi depois que se mudou para Nova York, nos Estados Unidos, em 2011, que Isabel, que sempre fugiu dos esportes, começou a levar mais a sério os cuidados com o corpo e alimentação.

“A cidade é incrível e te chama para malhar e a comer de maneira saudável. Aprendi muito sobre a cultura de alimentação orgânica. A tradição da minha família é comer muita carne vermelha e cresci assim, mas nos Estados Unidos não tinha o mesmo sabor. Fui deixando de comer aos poucos."

Sobre o consumo de carne, acrescenta: "Não sou totalmente vegetariana --quero me permitir comer um hambúrguer se der vontade--, mas tenho consciência de como a indústria é e procuro ingerir apenas comidas naturais. O paladar muda, a energia e até a pele melhoram”, acredita.

Rotina de treinos envolve corrida, ioga e pilates

Nesse período, Isabel também intensificou os treinos funcionais que a amiga e personal, Natalia Eidt, de São Paulo, desenvolveu. Foi quando ela se apaixonou pela corrida. “Ver as pessoas correndo dava vontade de correr também! Um dos meus locais preferidos para praticar era à beira do rio Hudson”, lembra.

Ela, que já havia tentado ioga, pilates e musculação, viu a diferença no humor e o ganho de tônus muscular de imediato com a atividade e foi quando ela teve certeza que havia encontrado um esporte para chamar de seu.

A corrida exige articulações e músculos fortalecidos para dar conta do alto impacto, Isabel já tinha o corpo preparado para o exercício, mas o fôlego para aumentar a intensidade dos treinos ainda era um desafio. “Decidi diminuir a quantidade que fumava por dia. Parece fácil, mas é um grande passo na vida de um fumante, mesmo sem ter a pretensão total de parar com o cigarro”, comenta.

Quando retornou a São Paulo, em 2016, o estilo saudável já era hábito, mas ainda faltava abandonar o tabaco. “Estipulei a média de quatro cigarros e passava o tempo todo pensando e esperando por eles. Mas, ao me deparar com pessoas próximas que ficaram com a saúde prejudicada por conta do vício e por saber o mal que o cigarro causa, fumava e sentia um baita peso na consciência.”

Perda na família fez com que ela largasse o vício

Ao perder uma prima querida em consequência de um linfoma, a modelo se questionou profundamente. Ainda que a doença da prima não tenha qualquer relação com o tabagismo, o momento foi crucial para que Isabel deixasse o vício. “Ela tinha minha idade na época. Percebi ali como somos frágeis. No mesmo dia, sem programar, larguei o cigarro e me apeguei à força dela para cuidar da minha saúde.”

E a corrida, esporte que conheceu anos antes, foi a atividade na qual ela se agarrou. “Eu sofria demais nos treinos. Ao deixar de ser fumante passei a ter uma melhora nítida em pouco tempo e ver esses resultados imediatos me dava ainda mais ânimo de não ter recaídas.”

Houve momentos de incerteza, ela confessa: “Quando os amigos estão fumando e tomando aquela cervejinha gelada, batia muito forte a vontade. Saía de perto para me controlar. Um ano e meio depois, não sinto mais falta, juro”.

Uma outra coisa que anima a modelo na hora dos treinos são as playlists. Ao contrário da maioria dos corredores que prefere ritmos agitados, Isabel adora correr ao som de "músicas calmas". Suas escolhas passam por Nicolas Jaar, The XX, Bob Marley e The Refugees. Agora, se o treino for de resistência e funcional, ela confessa que a aposta em Rihanna.

Isabel Hickmann, 28, irmã de Ana Hickmann. Corrida ajudou a parar de fumar - Raphael Lucena/Divulgação Iracema Scharf - Raphael Lucena/Divulgação Iracema Scharf
Imagem: Raphael Lucena/Divulgação Iracema Scharf

Treino intensificado para a semana de moda

Em um ritual que se repete a cada ano, quando a semana de moda primavera/verão se aproxima, a modelo intensifica os treinos aeróbicos e os exercícios funcionais de pernas para fazer bonito nos desfiles de moda praia --seu forte, desde 2014, quando foi eleita “O corpo da temporada” da SPFW.

Se os dias que antecedem à semana de modalo são intensos, os dias do evento em si são uma loucura na vida das modelos. “Em minha primeira temporada, foram cerca de quatro desfiles por dia. Antes eu teria um chocolate por perto, hoje levo uma porção de nuts ou uma fruta, que são opções muito mais saudáveis”.

Nos dias de desfile, ela acorda por volta das 5h30, veste o tênis, coloca os fones e dispara em uma corridinha matinal. “Sei que ao menos 30 minutinhos de treino vão me deixar mais disposta e mais segura ao longo do dia, aprendi a conhecer meu corpo e o que funciona para mim.”