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Homem com câncer no cérebro recebe terapia não testada nos EUA

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Imagem: iStock

Michelle Fay Cortez

11/01/2019 08h21

Um homem da Califórnia com um tipo mortal de câncer no cérebro está recebendo uma terapia experimental por meio de uma lei chamada Right to Try (Direito de Tentar). É o primeiro uso conhecido dessa polêmica legislação sancionada em maio de 2018 pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

O tratamento, chamado Gliovac, é uma vacina elaborada a partir de células do próprio paciente e de tecido retirado de outros pacientes com glioblastoma -- o mesmo tumor agressivo que matou John McCain um ano após o diagnóstico. Ele está sendo oferecido ao homem, que optou por permanecer anônimo por enquanto, pela ERC (Epitopoietic Research Corporation), uma empresa belga de capital fechado que está realizando testes em seres humanos.

A lei Right to Try tem sido anunciada por Trump e outros apoiadores conservadores como uma forma de driblar os reguladores da FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA, em português), que normalmente supervisiona o uso de drogas experimentais por pacientes fora de testes clínicos. Os defensores afirmam que a lei dá opções aos pacientes que estão morrendo, enquanto os críticos dizem que a lei os expõe a efeitos colaterais desconhecidos de terapias pouco estudadas sem saber se eles têm uma chance razoável de se beneficiar.

A família do paciente foi à ERC para solicitar a terapia porque ele não se qualificou para o estudo experimental do Gliovac, nem para nenhum outro teste em andamento, disse Daniela Bota, diretora médica do programa de tumor cerebral da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia em Irvine. Bota é também a principal investigadora do teste oficial do medicamento, que está na segunda das três etapas de estudo normalmente exigidas pela FDA antes da aprovação.

'Sentença de morte'

"Para muitos pacientes com glioblastoma recorrente, não há alternativa", disse Joe Elliott, diretor administrativo da subsidiária da ERC nos EUA. "É uma sentença de morte. O tempo é essencial para colocá-los no programa. Nós só queremos ajudar os pacientes nessas situações em que não há outras opções de tratamento."

Até o momento cerca de 25 a 30 pacientes foram tratados com Gliovac, principalmente em testes clínicos e um programa de uso compassivo na Europa. Muitas pessoas nos EUA não se qualificam para o estudo que está sendo realizado em Irvine devido à gravidade de sua condição ou porque testaram outros tratamentos não aprovados, disse Elliott.

"Os pacientes vêm de todo o país para participar do nosso programa, e hoje em dia muitos vêm sabendo o que há em nosso portfólio de testes clínicos", disse Bota. "Tentamos oferecer um estudo para todos os pacientes qualificados. Mas quando eles não se qualificam, têm a opção da Right to Try. É uma maneira mais fácil de levar o tratamento diretamente ao paciente."

Elliott preferiu não comentar sobre o custo de produção do tratamento para cada paciente, mas disse que pode ser tão elevado quanto o de outros medicamentos aprovados para o câncer, que custam entre US$ 373.000 e US$ 475.000 por paciente. A empresa não está cobrando do paciente da Califórnia.

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