"Caixa de pílulas" libera dose semanal de drogas contra HIV, diz estudo
Uma "pequena caixa de pílulas" que libera um coquetel de medicamentos contra o HIV no estômago por vários dias é um passo potencial para reduzir o incômodo da ingestão diária de comprimidos.
Testado apenas em porcos até agora, o pequeno dispositivo é a tentativa mais recente de fazer com que seja mais fácil para as pessoas que tomam medicamentos para doenças crônicas, incluindo os infectados com o vírus da Aids, manterem seus planos de dosagem.
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A adesão ao medicamento é um grande desafio para as pessoas que precisam tomar múltiplas drogas diariamente, ou mesmo duas vezes por dia, pelo resto de suas vidas.
A adesão média é estimada em cerca de 70% para o tratamento antirretroviral (ART), que mantém o vírus HIV sob controle, mas não o mata.
As pessoas que se esquecem de tomar a medicação correm o risco de adoecer, se o vírus se recupera, ou de desenvolver resistência às drogas que estavam usando --o que poderia exigir uma substituição mais onerosa.
Pular comprimidos também pode levar à falha do ART como um meio de impedir o vírus de se espalhar para parceiros sexuais não infectados.
O novo sistema de dosagem vem na forma de uma cápsula que pode ser ingerida. Uma vez que o revestimento se dissolve no estômago, o comprimido se desdobra em um dispositivo em forma de estrela de cerca de quatro centímetros de largura.
Desdobrada, a cápsula tem seis braços e pode conter várias drogas diferentes ao mesmo tempo --um "coquetel" de medicamentos contra a Aids, por exemplo.
O dispositivo é projetado para permanecer no estômago, sendo muito grande para passar pelo piloro, uma válvula entre o estômago e o intestino delgado, mas sem impedir os alimentos de passarem pelo sistema digestivo.
A equipe colocou um coquetel de três drogas contra o HIV no dispositivo e o testou em porcos, animais cuja anatomia do estômago é semelhante à dos humanos.
No teste, "esses sistemas de dosagem de liberação lenta funcionam igual ou melhor do que as doses diárias atuais para o tratamento do HIV", disse o co-autor do estudo Giovanni Traverso, da Escola de Medicina de Harvard.
Uma vez que concluiu o seu trabalho, o dispositivo é excretado pelo corpo em pedaços.
O novo sistema poderia prevenir de 200.000 a 800.000 novas infecções nos próximos 20 anos, estimou a equipe de pesquisa. Mas antes disso, são necessários mais testes em primatas e, eventualmente, em humanos.
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