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Paulo Chaccur

Afinal, chocolate faz bem ou mal ao coração?

Estudos indicam que o alimento pode ser um aliado da saúde do coração, mas ciência ainda não tem consenso - iStock
Estudos indicam que o alimento pode ser um aliado da saúde do coração, mas ciência ainda não tem consenso Imagem: iStock

Colunista do UOL

14/04/2019 04h00

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Páscoa chegando e é quase impossível não se deparar com os ovos e produtos a base de chocolate que invadem as prateleiras de supermercados, padarias, lojas especializadas e até a internet. Quem navega pelas redes sociais é atingido nesta época do ano quase que diariamente por uma foto que desperta o paladar e a vontade de comer o doce. Mas chocolate faz bem para a saúde? E para o coração, traz riscos ou benefícios?

Ao que tudo indica, temos um aliado!

Um relatório apresentado pela Associação de Cardiologia dos Estados Unidos afirma que o chocolate ajuda a reduzir os riscos de ataque cardíaco e diminui a tendência de aderência das plaquetas na parede das artérias e obstrução dos vasos sanguíneos. Novas pesquisas também sugerem que o doce a base de cacau pode baixar a pressão arterial e o colesterol, prevenir o diabetes e melhorar a saúde dos vasos sanguíneos.

Há ainda um estudo de Harvard, publicado na revista HEART, que aponta que uma ou mais porções diárias de chocolate amargo reduz em 16% o risco de fibrilação atrial (batimentos descompassados e na maioria das vezes acelerados), tipo mais comum de arritmia cardíaca.

Flavonoides, um ponto a favor

Uma possibilidade para explicar essa relação benéfica é a presença significativa de flavonoides no chocolate - ou melhor, no cacau. Os flavonoides (compostos bioativos do grupo dos polifenóis encontrados em uma variedade de frutas e vegetais) têm poder antioxidante e ajudam, por exemplo, a baixar a pressão arterial, melhorar o fluxo sanguíneo para o cérebro e o coração, prevenir coágulos sanguíneos, combater o dano celular, além de estarem associados com a diminuição de inflamações e aumento do bom colesterol.

Porém, vale destacar: nem todos os chocolates encontrados no mercado são ricos em flavonoides. Isso porque a maioria dos produtos vendidos por aí são altamente processados, o que significa que grande parte dos flavonoides se perdem nesse caminho.

E se a quantidade de flavonoides não estiver descrita na embalagem, vale a regra: quanto maior o teor de cacau da barra, melhor é para a sua saúde. Sendo assim, prefira o chocolate amargo, que geralmente tem mais cacau e, portanto, mais flavonoides que o chocolate ao leite - além de menos gordura saturada também.

Quanto consumir?

Embora os estudos estejam cada vez mais próximos de confirmar esses benefícios do chocolate para a saúde, em especial ao coração, é importante ressaltar que o consumo deve ser em pequenas quantidades, uma vez que o chocolate contém gordura saturada e é rico em calorias proveniente do açúcar, que, em excesso, podem trazer efeitos muito nocivos à saúde, como o ganho de peso e outros problemas metabólicos.

Por isso, como praticamente tudo que consumimos, vale a regra: moderação! Existem maneiras de incluir o chocolate na alimentação mantendo as calorias e gorduras sob controle. Busque orientação, avalie os rótulos e procure a opção mais saudável.

Ainda não podemos comemorar...

Sabe-se que há a necessidade de mais pesquisas voltadas para o assunto, porque ao mesmo tempo em que o chocolate pode ajudar na saúde também traz riscos, principalmente para aquelas pessoas que já possuem problemas cardiovasculares, em que há a necessidade de evitar o produto.

A realidade, portanto, é que os pesquisadores e cientistas não chegaram ainda num consenso e conclusão dessa relação direta entre o chocolate e a saúde do coração. Ainda não está efetivamente claro porque o chocolate apresenta os efeitos descritos nessas pesquisas, apenas possibilidades e hipóteses. Também não se sabe qual seria a quantidade ideal a ser consumida para alcançar os benefícios desejados. Portanto, nesta Páscoa, nada de abusar na quantidade de chocolates, ok? Comer com consciência e prazer é a melhor opção.

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